E se eu pudesse escolher o sonho
seria o de Ícaro
se eu ousasse escolher uma certeza
seria pela vidas
e eu idealizasse um lugar
seria onde você está
se eu pudesse escolher a hora
seria o já
se eu ousasse escolher um amor
seria o eterno
se eu idealizasse um alguém
com certeza seria você
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
De onde vem esse medo
de acessar a clareza
que me permite sentir
a passagem do tempo
e sua habilidade singular
de reinventar meus roteiros?
De onde vem esse medo
de ficar em silencio
quando então vivencio
minha alma cheia de espaços?
De onde vem esse medo
de cortar os tenues fios
que me prendem a uma realidade
que me entristece?
De onde vem esse medo
de me descobrir inteiras
em retalhos, mesmo tendo
que colar cacos diários de mim?
O que me prende, preenche
me espaça e me envolve
é maior que o medo
é maior que eu
de acessar a clareza
que me permite sentir
a passagem do tempo
e sua habilidade singular
de reinventar meus roteiros?
De onde vem esse medo
de ficar em silencio
quando então vivencio
minha alma cheia de espaços?
De onde vem esse medo
de cortar os tenues fios
que me prendem a uma realidade
que me entristece?
De onde vem esse medo
de me descobrir inteiras
em retalhos, mesmo tendo
que colar cacos diários de mim?
O que me prende, preenche
me espaça e me envolve
é maior que o medo
é maior que eu
De volta pra casa
O fruto é parte da árvore,
como os astros são frutos do céu (JL)
e as certezas são muitas.
É chegado o momento do crespúsculo neutro
onde o dia e a noite se fundem e se igualam.
Pesa ainda sobre meus ombros
o céu de azul fácil
que deixam meus olhos vazios de cidade.
Não há mais tempo para agruras ou lamentações.
Agora existe somente a alma desnuda...
E o sol se desprende das nuvens chorosas.
Um rosto se embrenha noite a dentro
até ser voz e rumor de sorriso,
e a tua imagem
ainda intacta
se desfaz comigo.
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Meu coração enfim
repleto como um dique
é um relicário de rotas e promessas
onde habita uma alma
carregada de impossíveis.
E assim,feito onda solitária
retorna ao mar de quando em quando
trazendo redes repletas
de esperança e equilíbrio renovados.
Não há razão para ressentimentos
ou sentimentos tolos
pois há em mim agora um mar de brigadeiro
e a serenidade de uma vela à distancia.
Ondas quebram mansamente
observando o voo preguiçoso
das gaivotas...
É o enigma dessa paz
que só o mar nos concede.
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